quinta-feira

Inaugura hoje no MON, a exposição A Magia de Escher.


Exposição dedicada ao artista gráfico holandês que abre hoje no MON traz 85 obras e instalações interativas que ajudam a entender seu mundo de perspectivas inusitadas
Os quebra-cabeças visuais do holandês Maurits Cornelis Escher (1898-1972) impressos em suas xilogravuras e litogravuras ganharam o mundo e fizeram dele um dos artistas gráficos mais queridos do público. Prova disso é que uma mostra dedicada ao artista realizada em 2011, no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília, foi a mais visitada do mundo, segundo a publicação The Art Newspaper. Na época, Curitiba não entrou no circuito, mas agora, dois anos depois, chegou a vez de a cidade ter uma verdadeira “experiência Escher” na exposição A Magia de Escher.

O visitante mergulhará no mundo de formas fascinantes do artista, a começar pelo elevador do andar onde ficam as duas salas do MON ocupadas pelas 85 obras de Escher, completamente coberto com figuras do holandês. Ao contrário de muitas exposições, os espectadores são convidados a fotografar as obras e instalações (batizadas de enigmas, com direção de arte de Marcos Muzi e Luís Felipe Abbud e supervisão do curador, Pieter Tjabbes), mas sempre sem flash, para captar os efeitos óticos. Será exibido também um documentário sobre Escher e outro filme em 3D, de sete minutos, que percorrerá uma das obras do artista (capacidade de 40 pessoas em média por exibição).

Uma sala batizada de “impossível”, com elementos que ficam estáticos em uma janela e flutuam em outra, sintetiza o estilo peculiar do artista, que viveu seu auge após a década de 1950. Antes de ficar conhecido mundialmente, em parte por conta de uma matéria na revista Time (o jornalista faria, a princípio, uma reportagem sobre a Holanda, que acabou sendo dedicada somente ao artista), Escher estava restrito ao país natal. Até hoje, mesmo com o reconhecimento, a história da arte é resistente a ele, lembra Tjabbes. “Alguns teóricos dizem que ele não foi inovador. Mas Escher tem seu nicho, e foi um gravador muito perfeccionista, além de grande pesquisador.”

Uma das primeiras obras que iniciam a exposição, Flor de Pascua, mostra os elementos que o holandês usou até o fim da vida: a natureza, a brincadeira com a perspectiva, o espelhamento e o ladrilhamento. “Ele já vislumbrou, mesmo de forma não consciente, sua trajetória”, salienta Tjabbes.

O curador dividiu o restante das obras em ordem cronológica, e algumas delas foram reproduzidas em três dimensões, para que o espectador tenha a sensação de que as formas estão em movimento. Na última sala, Tjabbes incluiu ainda um espaço com gravuras de outros artistas que integram o acervo do MON. “Quis fazer essa ligação entre o Escher e Curitiba, que tem uma tradição em gravura.”

Apesar do rigor técnico, o curador frisa que Escher tem uma linguagem de fácil acesso. “Não precisa ter conhecimento da história da arte para ficar encantado com ele”, diz Tjabbes, apostando que essa será uma das mostras mais visitadas do MON. “A exposição, observando as anteriores, alcança um público que não é frequentador assíduo de museus. Fazemos mostras muito ‘cabeças’, e percebemos que o público gosta de fazer algo dentro da exposição. Por isso, misturamos o lado sério com o lúdico.” Por conta do controle de umidade e temperatura, a visitação será limitada a 200 pessoas por vez. De terça a sexta-feira, o horário para visitar a mostra será estendido até às 20 horas.


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