quarta-feira


CURITIBA TERÁ PASSEIO DE LOCOMOTIVA

André Rodrigues/Gazeta do Povo / Rodrigo Dolenga, Leon, Raul e Luiz Buchmann (da esquerda para direita) e a Francesinha: manobreira também será usada

A partir de setembro, a capital deverá incluir em sua lista de atrativos uma viagem, de meia hora, a bordo da maria-fumaça. Uma relíquia de 1884, que está em restauro em Santa Catarina, chegará a Curitiba em setembro para inaugurar uma nova atração turística: o passeio na locomotiva 11, uma maria-fumaça tipo Baldwin, fabricada nos Estados Unidos e que faz parte do patrimônio da extinta Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA). A máquina só voltará aos trilhos graças ao trabalho braçal e ao esforço do grupo da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF) do Paraná, que atua em mais sete cidades do país.

O trajeto inicialmente percorrido pela maria-fumaça será curto: cerca de três quilômetros, partindo da estação ferroviária que existe atrás da rodoviária, e com duração de meia hora. Mas a ideia, segundo os idealizadores do projeto, é levar as pessoas a um passeio para que curtam as locomotivas e carros (vagões de passageiros) antigos e não necessariamente a paisagem.

“A intenção é estender um pouco mais o passeio, no ano que vem, até Pinhais”, adianta o diretor de marketing da ABPF, Leon Henrique Pereira. Durante o trajeto, os passageiros conhecerão a história da extinta RFFSA e dos prédios das redondezas. As informações serão repassadas em português e em inglês. 

A chegada da maria-fumaça à capital paranaense promete ser um grande espetáculo, com direito à peça teatral de Lala Schneider e uma arquibancada montada dentro da garagem para capacidade de 300 pessoas. “Temos um acervo de cerca de 800 peças. Elas foram doadas por colecionadores e antigos ferroviários. São elas que irão formar parte do museu que funcionará na entrada do passeio”, conta o diretor-regional da ABPF do Paraná, Raul Carneiro Neto. Aliás, a compra da passagem será em uma réplica de estação com relógios e sinos originais e os bilhetes serão furados com um picotador que era usado em uma estação da Lapa. 

Além da maria-fumaça, os passeios poderão ser feitos com a locomotiva apelidada carinhosamente de Francesinha, restaurada recentemente pela ABPF-PR. Trata-se de uma manobreira (foto) fabricada na França em 1952 e que funcionava no pátio da Votorantin e foi doada à organização. Para completar, quem é louco por trens poderá, no vagão-maquete, conduzir um trem em um simulador e levar para casa a gravação. Na garagem, as locomotivas mais antigas que ainda serão restauradas, como a Hilda, um auto de linha de 1919, e uma Kombi adaptada com rodas de trem que transportava funcionários da rede, ficarão em exposição.

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